Qualidade de vida + Trabalho – x = Lucro real

José Paiva, Psicólogo Organizacional.
Em toda a história da humanidade o homem sempre procurou ter o mínimo de conforto e praticidade. Com isso nos dá a ideia de que homem já procurava certa qualidade em suas atividades. Como por exemplo, o comportamento nômade do homem no início dos tempos supõe-se que um dos itens contemplados na época era a facilidade de obter alimento, da melhor forma possível e assim consequentemente o seu sustento e da sua família já estava garantido. Podemos traçar um paralelo com o mundo empresarial. Nesse contexto existem muitas complexidades. Para alguns difíceis para outros nem tanto. Atualmente ainda predomina o enfoque das necessidades básicas, com grande ênfase para as fisiológicas e as de segurança, conforme a teoria de Maslow, enquanto que as outras vêm em segundo plano. As estratégias ainda são embrionárias, tanto as empresas como os profissionais não se empenham o suficiente para a obtenção de um resultado satisfatório. Percebe-se que na formação acadêmica da rede de ensino do nosso país, não contempla a realidade do mercado de trabalho, pois existe uma lacuna grande entre o que se aprende nas escolas de ensino superior, com o que é exigido no dia-a-dia das organizações. Os RHs das empresas das empresas remodelaram os sistemas de trabalho; buscando melhores resultados. No entanto na maioria das vezes o que se obtém é muito aquém das necessidades. Somente uma pequena porcentagem, talvez 30% das empresas consegue atingir a média esperada. Os motivos podem ser muitos, pelo que é possível observar, alguns se destacam mais, como por exemplo:

  • Deficiência no processo de seleção, profissional errado no lugar errado;
  • Estratégias para retenção de talentos, fraca;
  • Falta de estabelecimento do processo de trabalho;
  • Falta de organização da documentação básica obrigatória;
  • Falta de aperfeiçoamento e reciclagem de pessoal, com treinamentos, cursos e incentivos à educação focada para o negócio da empresa;
  • Política de remuneração e benefícios inadequada, principalmente para os profissionais de cargos de liderança;
  • Falta de sistemas de trabalho/informatizado, para estabelecer metas e medir resultados, como por exemplo, o BSC;
  • A falta de estabelecimento e revisão periódica da estrutura organizacional;
  • Falta de programas de qualidade de vida, como por exemplo, ginástica laboral; palestras: motivacionais, saúde com enfoque em prevenção; lazer e outros.

Resultados catastróficos são colhidos em abundância, como por exemplo, o alto índice de turnover, acarretando portanto na saída de profissionais e com eles se vão os conhecimentos da Organização. Devemos considerar também o absenteísmo, faltas, atrasos e a consequência é a grande desmoralização nas equipes de trabalho, causando estragos e irreparáveis. A necessidade de mudança existe de forma latente, na mente de muita gente, nas organizações. A vontade de mudança passa a ser expressa, em muitos momentos, através de listas de itens que podem e devem ser alterados, aperfeiçoados, eliminados… No entanto para o início das ações ainda existe uma distância enorme. Parece algo simples, mas o que é possível perceber, que os principais pontos impeditivos é a política informal de relacionamento interpessoal entre os profissionais na empresa, acompanhada por alguns comportamentos de individualismo, egoísmo e principalmente o medo de dizer que não está acertando e precisa de ajuda. A estratégia parece simples, não precisa de muita coisa para iniciar, basta começar começando: Levantamento de necessidades através de questionário em papel ou online; Tabulação dos dados; Reunião com a direção executiva; Cronograma de ação básica:

  • Formação de comitês com representantes dos departamentos;
  • Revisão / criação do plano estratégico
  • Revisão / criação da missão, visão e valores da organização;
  • Programa de Integração / reciclagem de pessoal;
  • Programa de capacitação básica;
  • Revisão dos processos de trabalho e critérios técnicos;
  • Relatório quantitativo e qualitativo dos resultados;
  • Reuniões periódicas com a Diretoria executiva para a apresentação dos resultados;
  • Implantação de um programa integrado para todos os funcionários, com a presença do Diretor Executivo, sendo com enfoque motivacional;
  • Implantação do endomarketing

Obviamente muito pode se fazer. Todavia se existir o mínimo do mínimo, já é um grande começo e tudo vai se encarreirando para um objetivo mensurável, com resultados favoráveis e adequados a todos os profissionais da empresa e a tendência é atingir, por consequência, as famílias dos funcionários, fornecedores e clientes. Contudo, certamente o lucro objetivo e o subjetivo terão aumentos significativos.

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